Tapa os ouvidos, Segurança Social



Estou constipada, daquelas constipações à antiga, com direito a febre e cama, já nem me lembrava do que isto era.
Com uma criança de um ano e meio em casa, seria uma missão impossível não a encher de bichos, pelo que, constipei a minha filha, também com direito a febre e tosse e tudo.

São coisas que acontecem.
Mas - há sempre um mas - é a segunda constipação no espaço de três semanas. Minha e da minha filha. 

Vou abster-me agora de considerações sobre o peso gigante que sinto pelos vírus que lhe passei e partir directo para o receio de que a Segurança Social me tire a criança. Duas constipações em três semanas deve dar algum recorde, não? Daqueles maus.

Ares do Porto, já mudavam, não?

Primeira paragem: Maria Bôla

Já almoçamos na Tavi e na Padaria Ribeiro. Já jantamos no Terra e no Guarany. Mas é a Maria Bôla que merece a primeira referência deste roteiro gastronómico do Porto.

Chegamos à Rua de Cedofeita debaixo de um sol maravilhoso. Piolha dorme, P. tira o carrinho da mala e assim que o abre desaba uma chuva monumental. Assim, primeira nota a reter destas primeiras semanas portuenses - não se fiem no tempo.
Dez minutos depois, olá sol outra vez, retomamos a marcha.

O espaço é super cozy. Vintage-retro-chic-cenas, com apontamentos mimosos, muito agradável mesmo. Tem também uma esplanada, onde não ficamos pela chuva que referi há pouco, mas que promete imenso para o Verão.

Fez-me lembrar a casa da minha avó, com os  azulejos pretos e brancos, com os móveis antigos, os sofás, até a bicicleta na parede. Nessa tarde tinha havido um workshop de chocolate e todo um cheirinho pairava no ar, o que deu pontos extra.

Provamos os chocolates mas pedimos a tábua de bolas e um iogurte com cereais e mel (para a C.) que era absolutamente perfeito. Tentamos replicar a receita em casa mas sem sucesso por isso teremos mesmo de voltar. As bôlas, numa tábua de madeira e com imensa variedade, muito boas também.

O único contra do espaço é mesmo a acessibilidade. A entrada fica à face do passeio mas é preciso descer uma escadaria e subir outra para entrar efectivamente. Sem rampas ou elevadores, o que com carrinhos de bebé fica pouco simpático.

De qualquer forma, será certamente um sítio a voltar, como se vê pela imagem anexa.






Até sempre Lisboa

Já aqui disse isto um par de vezes, não queria ter ido viver para Lisboa. Fui contrariada. Passaram quatro anos e assumo, custou-me vir embora. Fazer malas, sacos e caixotes foi um processo doloroso. Deixar a casa também. Antes de sairmos dizia à C. para dizer adeus à nossa casa e vê-la assim, tão feliz, a abanar a mão e dizer "xà, xá" por todo o lado, foi coisinha para me partir o coração. Não queria chorar. Fomos nós que quisemos assim.

Às três da manhã publicava uma fotografia no Instagram com todos os amigos marcados.

A amizade é para sempre. Sem tempo e sem lugar.

As respostas fizeram-me chorar à séria e não sei se já disse mas não queria chorar.

Há todo um mundo novo no dia seguinte.
Não consigo por em texto tudo o que Lisboa foi para nós.

Mas foi onde o P. me pediu em casamento, onde a amizade teve um significado tão especial. Onde soube que estava grávida. Onde vimos nascer os filhos dos nossos amigos. Onde fomos a tantos casamentos. Onde a minha filha cresceu o primeiro ano e meio, tão feliz. Onde fomos nós tão felizes.

Também onde nos iniciamos nesta coisa dos brunchs. E do sushi. E dos mercados. E do gin. Onde fomos a restaurantes maravilhosos, onde conhecemos sítios perfeitos, aonde vamos querer sempre voltar.

Sou saudosista e árvore e não gosto de mudanças (o P. chama-me Velho do Restelo). Espero desta tudo de bom, nem podia ser de outra maneira, mas a bitola é alta. Não vou voltar a este tema - já sei, já chega - mas obrigada e até sempre, Lisboa.


Então que tal vai a vida?

Ok, sobrevivemos à primeira semana. Uff!

E vou começar pelo fim.

Conseguimos, depois de vinte e uma visitas e vinte apartamentos (houve um que vimos duas vezes) encontrar uma casa de que gostamos. Fizemos uma proposta no próprio dia e ficamos com ela. Mas dissemos por várias vezes que seria um ano ou por aí até nova mudança. Queremos uma casa-casa, com jardim, com espaço. E esta é uma casa apartamento.
Feitas as mudanças Lisboa - Porto, e com isto começo então pelo fim, enquanto me lembrar desta mudança - seguramente os próximos vinte anos - não me apanham noutra. Adeus jardim, adeus espaço, gostei muito deste bocadinho.

O plano era bom no papel.
Andamos umas semanas em modo "encaixotando" o que não fazia falta e nos dois últimos dias finalizamos tudo. Saí de Lisboa numa sexta-feira à noite com a casa encaixotada. A empresa de mudanças chegaria no dia seguinte às 09.00 h. da manhã para carregar e por volta das 16.00 h. estariam no Porto.
Ou então não.

A empresa de mudanças chegou às 22.00 h e dado o adiantado da hora não montaram um único móvel; limitaram-se a descarregar uma casa de 120 metros quadrados, numa sala de 30. Obrigadinha. Não se dava um passo naquela confusão, maior caos já visto.

Perdi dois quilos numa semana - esta é a parte boa.
Chegávamos de manhã à casa - armazém, comíamos qualquer coisa a fingir de almoço às cinco da tarde, jantar nem vê-lo, parar à meia noite. Uma semana; aliás, cinco dias. Quarta-feira passada dormimos a primeira noite na nossa casa nova - agora já casa, só faltam algumas cortinas e dois quadros.

De resto, choveu praticamente todos os dias (obrigada Porto) mas conseguimos ir à Foz a pé uma tarde, "almoçar". A C. dormiu o caminho e almoço todo (depois falo da Tavi, já nossa conhecida).

Perto de casa há galerias super simpáticas, com lojas mais baratas do que Lisboa, bancos, farmácia, supermercados, restaurantes e a também já conhecida - e que me levará rapidamente à desgraça - Padaria Ribeiro.

A seu tempo começaremos a falar de restaurantes, brunchs, lojas, sítios, ou assim espero. Temos muita vontade de conhecer tudo.

Para já, recomeçar o trabalho - tudo igual só muda o sítio - e nos próximos fins-de-semana Copenhaga o primeiro e a nossa Lisboa logo a seguir. Tudo certo.

E olá Porto.


Factos curiosos do blogue, poucos dias depois de completar quatro anos de vida

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